O Império Romano
pode não ter sido o primeiro a criar estradas, mas certamente é o
responsável pela criação de uma extensa rede de caminhos pavimentados,
ligando todas as regiões do continente europeu. Isso tornava o controle
do extenso império mais fácil, e o abastecimento, comércio e mobilidade
da população em geral estava garantida, fatores que fortaleciam a
economia estatal. As estradas romanas eram compostas de pedras
assentadas sobre argamassa, e muitas delas ainda estão em uso, sendo a
mais famosa a Via Appia, de aproximadamente 90 km, ligando Roma e
Terracina.
Com o declínio do império, a criação de estradas deixou de ser
relevante: a população se concentra nos meios rurais, o comércio se
retrai, e o que antes era um melhoramento fundamental passa a ser um
luxo dispensável. Somente a partir dos séculos XVII e XVIII, quando se
verifica um aumento considerável da quantidade de veículos de rodas é
que as estradas passam a ser novamente preocupação do Estado. As longas
viagens tornavam-se mais comuns, e os veículos da época eram equipados
com aros de ferro de vários centímetros de largura para reduzir o
desgaste das rodas, em meio ao atrito com a superfície irregular do
solo. Outro problema era o abaulamento das estradas, ou seja, a elevação
do centro da pista para facilitar o escoamento de água. Os consertos,
precários em sua maioria, eram de autoria dos que moravam próximos às
vias.
Em 1716, na França, é estabelecida a Corporação de Pontes e Estradas.
Era a primeira vez que um governo apoiava um grupo de engenheiros civis
dedicados à conservação e abertura de novas estradas, e tal iniciativa
atraiu muitos interessados, dando origem a uma escola de treinamento em
1747. O aspecto paisagístico já estava presente, havendo um decreto que
prescrevia que todas as estradas fossem construídas como avenidas, e que
houvesse ao menos uma árvore a cada dez metros.
Os alicerces técnicos da construção de rodovias foram desenvolvidos
mais tarde pelo francês Pierre Trésaguet, que modificou o modelo romano
de construção, utilizando material mais leve, como por exemplo seixos
nos acostamentos, para evitar o abaulamento. Os ingleses John McAdam a
Thomas Telford irão aperfeiçoar os conceitos introduzidos por Trésaguet,
usando um leito de rodovia plano, num terreno devidamente drenado. As
pedras do calçamento eram selecionadas por tamanho. McAdam, por sua vez,
considerava desnecessárias as fundações pesadas e passou a utilizar o
chamado macadame, pedra de corte reto angular, que tornava o leito
"flexível", pois absorvia as pressões sem se deformar, transmitindo o
peso para o subsolo. Muitas cidades brasileiras, em seus pontos mais
antigos, não asfaltados, ainda conservam ruas pavimentadas com os tais
macadames.
O advento do asfalto,
desenvolvido para acolher a nova invenção, o automóvel, muda para
sempre o aspecto das estradas, que se transformam em um "tapete" negro, e
gradualmente aumentam de tamanho, para acomodar o tráfego cada vez mais
intenso de veículos.
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